Manaus, 4 de novembro de 2024

As companhias aéreas Azul e Gol revelaram um acordo de compartilhamento de voos em rotas domésticas exclusivas, onde não há concorrência entre as duas empresas. Esse acordo, conhecido como codeshare, permitirá que passageiros comprem passagens em uma companhia e voem em aeronaves da outra, além de escolher em qual programa de fidelidade acumular pontos.

O acordo aplica-se apenas a rotas exclusivas operadas por uma das duas empresas, sem incluir rotas onde ambas concorrem, como a movimentada rota entre Congonhas (São Paulo) e Santos-Dumont (Rio de Janeiro).

Apesar de não detalharem as rotas específicas incluídas no compartilhamento, Azul e Gol indicaram que os clientes terão acesso a “centenas de novas rotas domésticas” e “mais oportunidades convenientes de conexão”. Juntas, as empresas operam cerca de 1.500 voos diários e esperam criar mais de 2.700 novas oportunidades de viagens com uma única conexão. As vendas de voos compartilhados devem começar no final de junho.

Azul concentra suas operações nos aeroportos de Viracopos (Campinas, SP), Confins (Belo Horizonte, MG), e Recife (PE), enquanto a Gol opera majoritariamente nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas (SP) e em Brasília (DF).

Possível Fusão no Horizonte?

A Gol, atualmente em recuperação judicial nos Estados Unidos, enfrenta dificuldades financeiras, o que alimenta especulações sobre uma possível aquisição pela Azul. Embora não haja confirmações oficiais, analistas do setor não descartam a possibilidade de fusão, dada a estratégia da Azul de expandir sua presença no mercado através da aquisição de concorrentes.

Em um precedente similar, durante a pandemia de 2020, a Azul e a Latam firmaram um acordo de codeshare, que também gerou rumores de uma possível aquisição da Latam pela Azul. No entanto, as negociações não progrediram e o acordo foi desfeito meses depois.

Como o atual acordo entre Azul e Gol é puramente comercial e não envolve alterações na estrutura acionária, ele não necessita de aprovação por parte de órgãos reguladores como o Cade.