Manaus, 8 de outubro de 2025

Na noite da última terça-feira, dia 2 de setembro de 2025, o Fortaleza Esporte Clube anunciou oficialmente a demissão do técnico português Renato Paiva. A decisão foi tomada dois dias após a derrota por 2 a 1 para o Internacional, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado agravou ainda mais a crise vivida pelo Leão do Pici, que atualmente ocupa a 19ª colocação na tabela, com apenas 15 pontos em 21 jogos — situação que o mantém na zona de rebaixamento.

Em comunicado divulgado nas redes sociais e no site oficial do clube, o Fortaleza agradeceu os serviços prestados pelo treinador e por sua comissão técnica, que também deixa o clube. Saem junto com Paiva os auxiliares Ricardo Dionísio e Miguel Santos, além do preparador de goleiros Rui Tavares. A nota foi direta e sem rodeios, destacando apenas o encerramento do vínculo e os votos de sucesso futuro aos profissionais.

Desempenho abaixo do esperado

Renato Paiva assumiu o Fortaleza há pouco tempo — foram apenas 10 partidas sob seu comando. No entanto, os números foram muito aquém do esperado por torcida e diretoria: apenas uma vitória, três empates e seis derrotas, resultando em um aproveitamento de cerca de 20%. A última e única vitória aconteceu no dia 26 de julho, contra o Red Bull Bragantino, no Castelão.

Além do fraco desempenho no Brasileirão, a passagem de Paiva ficou marcada pela eliminação precoce na Copa Libertadores, competição na qual o Fortaleza vinha apostando altas fichas. A equipe não conseguiu avançar no mata-mata e, desde então, mergulhou em uma sequência de atuações inseguras, com falhas defensivas constantes e dificuldade de criação no meio de campo.

Expectativas não atendidas

Renato Paiva chegou ao Fortaleza cercado de expectativas. Com passagens anteriores por clubes como o Independiente del Valle (EQU), León (MEX) e Bahia (BRA), o português era visto como uma aposta promissora por seu estilo de jogo ofensivo e vocação para trabalhar com jovens talentos. A diretoria do Fortaleza apostava na continuidade de um projeto moderno, na esteira do que foi realizado com o técnico argentino Juan Pablo Vojvoda, que deixou o clube no fim de julho.

No entanto, a falta de resultados, combinada com a pressão crescente da torcida e o risco real de rebaixamento, tornaram insustentável a permanência de Paiva no cargo. Internamente, a avaliação foi de que a equipe não apresentava evolução tática nem sinais de recuperação emocional.

Crise e incertezas

A demissão de Renato Paiva acontece em um momento de alta tensão para o Fortaleza. O clube, que nos últimos anos vinha sendo destaque entre os times nordestinos pela boa gestão e desempenho consistente nas principais competições do futebol brasileiro, agora se vê envolto em uma crise tanto esportiva quanto institucional.

Além dos maus resultados em campo, há uma visível perda de confiança da torcida, que vinha demonstrando insatisfação nas arquibancadas e nas redes sociais. O ambiente interno também se desgastou, com relatos de problemas de comunicação entre o treinador e parte do elenco.

E agora? Quem assume?

Com a saída de Renato Paiva, o Fortaleza precisa agir rapidamente para definir seu próximo comandante. O clube ainda tem 17 rodadas pela frente no Campeonato Brasileiro e precisa de uma campanha de recuperação urgente para tentar escapar do rebaixamento — algo que parecia improvável no início da temporada.

Nos bastidores, especula-se que o clube possa buscar um nome mais experiente, capaz de oferecer respostas imediatas. Há também quem defenda a tentativa de repatriar Juan Pablo Vojvoda, ídolo da torcida e responsável por momentos históricos recentes, como o inédito acesso à semifinal da Sul-Americana e boas campanhas na Série A. No entanto, seu retorno ainda é considerado difícil neste momento.

Conclusão

A demissão de Renato Paiva representa um ponto crítico na temporada do Fortaleza. Em um ano que começou com ambições continentais e desejo de afirmação no cenário nacional, o clube agora precisa lidar com a dura realidade de lutar contra o rebaixamento. O desafio é enorme: reconquistar a confiança da torcida, reorganizar o ambiente interno e, principalmente, encontrar rapidamente um novo líder para conduzir a equipe rumo à recuperação no Brasileirão.

O futuro do Leão do Pici depende de decisões firmes, planejamento e, acima de tudo, reação imediata dentro de campo. As próximas semanas serão decisivas para determinar se o Fortaleza conseguirá evitar o pior — ou se 2025 entrará para a história como um dos anos mais difíceis da trajetória recente do clube.

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