Manaus, 22 de outubro de 2024

Um recente estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado no The Lancet Global Health, trouxe à luz uma preocupante descoberta: um terço dos homens está portando o vírus do HPV, o papilomavírus humano. Ainda mais alarmante, um em cada cinco homens carrega subtipos de alto risco, associados ao câncer, como tumores de colo de útero e pênis.

Esses resultados são baseados em uma revisão de estudos abrangente que incluiu dados de 35 países, publicados entre 1995 e 2022. Os subtipos mais comuns encontrados, como o 16 e o 6, são conhecidos por seu potencial oncogênico.

A análise também revelou que os adultos jovens, especialmente na faixa dos 25 aos 29 anos, são os mais afetados em todos os países. Isso levanta a necessidade urgente de intensificar as medidas de prevenção.

O HPV é transmitido principalmente por via sexual, seja vaginal, anal ou oral. Embora o sistema imunológico seja eficaz em muitos casos, o vírus pode permanecer latente e reativar anos depois, resultando em verrugas genitais e lesões que podem evoluir para câncer.

O tratamento varia de acordo com as características, incluindo a cauterização das lesões e a excisão cirúrgica. Dos mais de 100 subtipos do vírus, cerca de 40 estão relacionados a infecções genitais, com alguns associados a um risco maior de câncer em várias regiões do corpo.

O Dr. Daniel Suslik Zylbersztejn, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, enfatiza a transmissibilidade do HPV e a importância da prevenção. Mesmo quando os sintomas são invisíveis, o vírus pode ser transmitido, tornando os exames específicos essenciais para detecção.

A prevenção é fundamental. Além do uso de preservativos, a vacinação é altamente recomendada. A vacina prepara o sistema imunológico para combater o vírus de maneira mais eficaz. O Dr. Zylbersztejn ressalta que, embora o preservativo seja importante, não é 100% eficaz, e a vacina é uma medida essencial de redução de riscos.

A vacina está disponível na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos, bem como para homens e mulheres imunossuprimidos até 45 anos. Na rede privada, já é possível encontrar a vacina nonavalente, que protege contra nove subtipos do HPV, oferecendo uma proteção ainda mais ampla.

A conscientização sobre o HPV e a promoção da vacinação são cruciais para reduzir a incidência de infecções e os riscos de câncer associados ao vírus. A prevenção é a chave para a saúde sexual e a proteção contra essa ameaça silenciosa.