Manaus, 3 de dezembro de 2024

Na Região Metropolitana de São Paulo, envolvendo o furto de aproximadamente 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri, tem mobilizado autoridades e tirado o sono de investigadores no Rio de Janeiro e em São Paulo — e, também, tem movimentado as engrenagens pouco ortodoxas do crime organizado.

Num desdobramento do caso, informações de inteligência recebidas pelos militares apontam que, nas últimas semanas, pelo menos uma morte relacionada ao furto teria ocorrido no Rio.

As 21 armas — 13 metralhadoras calibre .50, que podem derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62, que perfuram veículos blindados — foram levadas para fora do quartel entre os dias 5 e 8 de setembro. Até agora, 19 delas foram recuperadas.

O furto só foi descoberto pelo Exército mais de um mês depois do crime, no último dia 10, durante inspeção no Arsenal de Guerra.

O homicídio que chegou ao conhecimento dos militares é de um homem que trabalhava diretamente com Jesser Marques Fidelix (foto em destaque), rapaz que seria o usuário do carro em que foram encontradas, na quarta-feira (1º/11), duas metralhadoras .50 do Exército.

O veículo com as armas, incluindo um fuzil 7.62 cuja origem ainda é desconhecida, estava estacionado, aparentemente abandonado, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Reserva, zona oeste do Rio, monitorar e seguir os passados do condutor. Ninguém foi preso.

Jesser, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, seria fornecedor de armas e drogas de organizações criminosas fluminenses. Natural do Espírito Santo, ele segue solto. O criminoso moraria em São Paulo, tem outros endereços no Rio e uma distribuidora de bebidas na capital fluminense.

Também conhecido como Capixaba, ele seria o responsável, de acordo com as investigações, por levar o armamento de guerra do Exército de São Paulo para o Rio. O comércio de bebidas de sua propriedade, assim como outros negócios atribuídos a ele, seria usado para a lavagem de dinheiro de transações criminosas.

A morte do homem ligado a Jesser teria acontecido entre os dias 10 — quando o extravio foi notado pelas Forças Armadas — e 19 de outubro — data em que a Polícia Civil do Rio encontrou as primeiras oito metralhadoras do Exército em um carro na entrada da Gardênia Azul, comunidade recentemente tirada das mãos da milícia pelo Comando Vermelho (CV).

O motivo da execução não está totalmente esclarecido, mas o que se sabe é que a vítima, homem de confiança de Jesser, seria uma das poucas pessoas com informações sobre o paradeiro do armamento de guerra e teria mentido aos criminosos sobre a localização dos itens furtados do Exército. Na ocasião, as metralhadoras ainda estavam rodando o Rio, sendo oferecidas a lideranças criminosas variadas.