Manaus, 21 de outubro de 2024

A febre Oropouche tem gerado preocupação para as autoridades de saúde do Amazonas em 2024, devido ao aumento significativo de casos em comparação com o ano anterior. Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), desde o início do ano até a última quinta-feira (22), foram confirmados 1.398 casos da doença no estado, representando um aumento notável em relação aos 445 casos registrados no ano anterior. Esse aumento representa um desafio adicional para a região, especialmente considerando que o Brasil teve um total de 773 casos em 2023, com a maioria concentrada na região Norte, conforme relatado pelo Ministério da Saúde.

O Oropouche é classificado como um dos arbovírus mais importantes transmitidos por mosquitos na região amazônica, sendo a segunda doença febril mais comum no país, atrás apenas da dengue. Os sintomas da febre Oropouche são semelhantes aos da dengue, o que torna o diagnóstico desafiador. Febre alta, dores de cabeça, musculares e nas articulações, calafrios e erupção cutânea são comuns em ambos os casos. A identificação precisa da doença é fundamental para orientar o tratamento adequado, especialmente considerando a necessidade de diferenciação em relação à dengue. A FVS-AM ressalta que o diagnóstico dos casos confirmados de febre Oropouche é feito por meio de testes específicos realizados em pacientes notificados, principalmente após resultados negativos para dengue. Essa abordagem é essencial para monitorar e controlar a propagação da doença, permitindo uma resposta rápida e eficaz por parte das autoridades de saúde.

Recentemente, a cidade de Manaus registrou sua primeira morte relacionada à febre Oropouche em 2024. Uma adolescente de 15 anos foi vítima da doença, conforme confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). O caso foi ainda mais complicado devido à coinfecção com Covid-19, revelando os desafios adicionais enfrentados pelos sistemas de saúde durante a pandemia.

Diante do aumento dos casos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico destacando a importância da vigilância e prevenção da febre Oropouche nas Américas. Esforços coordenados entre autoridades de saúde, comunidades e outros parceiros são essenciais para conter a propagação da doença e proteger a população contra seus efeitos adversos.