Uma médica dermatologista de Pato Branco, no Paraná, é acusada de emitir falsos laudos de câncer de pele e convencer pacientes a realizar procedimentos que não eram necessários.
Uma paciente foi ao consultório de Carolina Biscaia por conta de uma mancha no rosto. A vítima, que não quis se identificar, informou que foi feita uma biópsia: de um lado foi retirada a mancha e do outro, elas foram cauterizadas.
Segundo a paciente, a médica enviou os exames para o laboratório de patologia. Dias depois, Carolina Biscaia entrou em contato com a vítima e informou que o resultado saiu com alteração.
A suspeita do falso laudo surgiu quando a paciente, que não recebeu o exame da profissional, foi ao laboratório e descobriu que o exame que constatou o câncer nunca existiu. O resultado dizia que ela não tinha câncer.
Segundo a polícia, a médica examinava pintas e manchas e dizia que algumas delas poderiam ser cancerígenas. Ela coletava o material e mandava para o laboratório para, na reconsulta, apresentar um laudo com resultado de câncer de pele.
A profissional realizava procedimentos para retiradas das pintas e cobrava valores que chegavam a R$ 13 mil. Outras nove vítimas denunciaram o caso à polícia. Dessas, oito passaram pelo procedimento de ampliação de imagem, que consiste na retirada de parte da pele.
No dia 1º de março, uma operação apreendeu laudos, celulares e computadores na casa da dermatologista que foram encaminhados ao Instituto de Criminalística para comprovar a falsificação.
O advogado de defesa de uma das vítimas disse que a médica poderá responder a um processo administrativo. Já a defesa da médica afirmou que aguarda o retorno da perícia e disse que tudo deve ser esclarecido.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia disse que a médica não tem título de dermatologista. Ela já foi denunciada e julgada anteriormente pelo Conselho de Medicina do Paraná por anunciar indevidamente essa especialidade.