Manaus, 21 de novembro de 2024

Os índices de inflação de março foram amplamente influenciados pelo aumento nos preços dos planos de saúde, tomate e cebola, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10) no Rio de Janeiro. Em contraste com a inflação de 0,83% registrada em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março ficou em 0,16%.

A cebola teve um aumento de 14,34% no mês, seguida pelo tomate com 9,85%. Outro alimento que registrou uma alta significativa foi a banana prata, com 7,79%.

De acordo com André Almeida, pesquisador do IBGE, a menor oferta desses produtos foi o principal impulsionador das altas em março. Ele observou que fatores como as altas temperaturas e os altos índices de chuvas, que prejudicam as colheitas, foram intensificados em 2024 devido ao El Niño.

Além disso, o aumento nos preços do açaí (14,20%), alho (7,90%), mamão (6,40%), laranja pera (5,49%), ovo de galinha (4,59%), leite longa vida (2,63%) e refrigerante e água mineral (1,23%) contribuíram para a inflação dos alimentos, que registrou uma variação de 0,53% no mês.

Os planos de saúde também tiveram um impacto significativo, com uma variação de 0,77% no mês, refletindo o reajuste mensal autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Embora o grupo de alimentação e bebidas tenha registrado uma redução em sua taxa em relação a fevereiro, passando de 0,95% para 0,53%, o grupo saúde e cuidados pessoais teve uma inflação de 0,43%, influenciada pela alta dos produtos farmacêuticos (0,52%).

Por outro lado, o grupo transportes apresentou uma deflação de 0,33%, contribuindo para frear a inflação geral. A queda nas passagens aéreas (-9,14%), no gás veicular (-2,21%), no óleo diesel (-0,73%) e na tarifa do ônibus urbano (-0,06%) foram alguns dos itens que contribuíram para essa queda.

Além disso, grupos como comunicação (-0,13%) e artigos de residência (-0,04%) registraram deflação em março, enquanto o item educação, que foi o principal responsável pela inflação de fevereiro, registrou uma taxa de apenas 0,14%, contribuindo também para a redução do IPCA.

Habitação (0,19%), vestuário (0,03%) e despesas pessoais (0,33%) apresentaram taxas de inflação variadas. Entre as capitais e regiões metropolitanas, São Luís registrou a maior alta de preços (0,81%), enquanto Porto Alegre foi a única a apresentar deflação (-0,13%).