Manaus, 22 de outubro de 2024

O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 7,5% nos três meses encerrados em abril, marcando o menor nível de desocupação para esse período em 10 anos, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Este resultado surpreendeu positivamente, ficando abaixo das expectativas de mercado e consolidando uma tendência de recuperação do mercado de trabalho brasileiro.

Em comparação com o trimestre anterior, encerrado em janeiro, quando a taxa era de 7,6%, houve uma leve redução de 0,1 ponto percentual. Comparado ao mesmo período do ano passado, a queda foi mais acentuada, com a taxa de desocupação recuando de 8,5% para 7,5%. Esta é a menor taxa para um trimestre até abril desde 2014, quando estava em 7,2%.

Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, destacou que os dados refletem uma continuidade na tendência de redução do desemprego observada desde 2023. “Isso revela a manutenção da tendência de redução desse indicador, que vem sendo observada desde 2023”, afirmou Beringuy.

A expectativa de especialistas consultados pela Reuters era de que a taxa de desemprego ficasse em 7,7%, mostrando que o mercado de trabalho tem superado previsões pessimistas.

Análise do Mercado de Trabalho e Impactos Econômicos

Os dados indicam que o mercado de trabalho brasileiro continua aquecido, com uma tendência de manutenção de baixos níveis de desemprego. No entanto, este cenário também traz preocupações quanto à inflação, especialmente no que diz respeito ao aumento dos preços de serviços.

O número de desempregados nos três meses até abril era de 8,213 milhões, uma queda de 0,9% em relação ao trimestre anterior e de 9,7% comparado ao mesmo período do ano passado. Essa estabilização da desocupação foi atribuída à recuperação do comércio e ao aumento da ocupação no setor de educação básica pública.

Por outro lado, o total de ocupados atingiu 100,804 milhões, representando um aumento de 0,2% em relação ao trimestre até janeiro e de 2,8% ante o mesmo período de 2023. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançou 38,188 milhões, um crescimento de 0,6% em relação ao trimestre anterior e um recorde histórico desde o início da série em 2012. O contingente de trabalhadores sem carteira também cresceu, atingindo 13,538 milhões, outro recorde.

Beringuy ressaltou que a expansão da ocupação vem sendo impulsionada principalmente pelos empregados no setor privado, com ou sem carteira assinada, superando outras formas de inserção no mercado de trabalho, como trabalhadores por conta própria e empregadores.

Aumento de Renda e Massa de Rendimentos

O rendimento médio real dos trabalhadores no trimestre encerrado em abril foi de 3.151 reais, uma alta de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 4,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Consequentemente, a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores do país, atingiu 313,1 bilhões de reais, estabelecendo um novo recorde na série histórica.

Os dados mostram uma recuperação consistente do mercado de trabalho no Brasil, com impactos positivos no rendimento e na ocupação da população. No entanto, a inflação permanece como um desafio a ser monitorado, especialmente à medida que o mercado de trabalho continua a se aquecer.