O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou suas redes sociais para tecer duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em um caso que ganhou atenção nacional. O parlamnetar compartilhou um vídeo tocante em que duas crianças pedem a soltura de sua mãe, Debora Rodrigues dos Santos, presa por ordem de Moraes após participar das manifestações de 8 de janeiro.
Embora Ferreira não tenha citado nominalmente o ministro, a mensagem foi clara. Ele acusou Moraes de covardia e, em um tom desdenhoso, declarou: “O que tem de cabelo tem de honra.” A postagem provocou uma onda de reações, tanto de apoio quanto de repúdio, evidenciando a polarização política que o país enfrenta.
A cabeleireira, Debora Rodrigues dos Santos, foi detida em 17 de março de 2023, sob a alegação de ter escrito “Perdeu Mané” com batom na estátua A Justiça, localizada em frente ao STF. Desde então, Debora está afastada de seus filhos, de 6 e 9 anos, que agora vivem a angústia da separação forçada.
O advogado de defesa de Debora, Ranieri Gonçalves Martini, destacou uma série de irregularidades no processo. Segundo Martini, apesar do prazo máximo de 35 dias para a formalização da denúncia pelo Ministério Público, o documento foi aceito aproximadamente 420 dias após a prisão de Debora. Esse atraso substancial no procedimento legal é apontado como uma grave falha no sistema de justiça.
Durante o período de prisão, a defesa de Debora fez oito solicitações de prisão domiciliar, todas negadas pelo tribunal. Martini argumenta que a manutenção da prisão de sua cliente, especialmente por um período tão prolongado, configura uma violação de direitos humanos e um abuso de autoridade.
A situação de Debora e suas crianças gerou um debate fervoroso sobre o equilíbrio entre a manutenção da ordem pública e o respeito aos direitos individuais. Para muitos, a prisão de Debora se tornou um símbolo da severidade com que alguns manifestantes foram tratados.
Nikolas Ferreira, conhecido por sua postura combativa e por frequentes confrontos com membros do STF, reforçou seu papel de defensor das liberdades individuais ao trazer à tona o caso de Debora. Suas declarações inflamaram ainda mais os ânimos em um cenário político já tensionado.
