Manaus, 3 de dezembro de 2024

O delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP) em Manaus, apresentou um pedido de prisão preventiva contra Verônica Seixas, ex-gerente de um salão de beleza da família de Djidja Cardoso. Verônica, que também é apontada como integrante da seita ‘Pai, Mãe, Vida’, está envolvida em investigações relacionadas ao uso indiscriminado da substância ketamina, tráfico de drogas e à morte da empresária Djidja Cardoso, além de outras denúncias graves.

De acordo com o delegado, o pedido de prisão se baseia no descumprimento de medidas cautelares por parte de Verônica. Ela teria ameaçado e constrangido testemunhas e vítimas relacionadas às investigações. Em publicações feitas em suas redes sociais, Verônica debochou da Justiça e chamou vítimas e testemunhas de mentirosas, o que configura uma violação das condições estabelecidas pela sua liberdade provisória.

O delegado informou que pelo menos três vítimas apresentaram provas de injúrias, difamações e ameaças realizadas por Verônica. Uma das vítimas relatou ter sido mantida em cárcere privado, completamente nua e submetida a violências sexuais por vários dias, reforçando a gravidade das acusações.

As investigações também apontam Verônica como fornecedora de ketamina, uma droga que teria sido usada para induzir funcionários e outros membros da seita a consumirem substâncias ilícitas. Esse fato está diretamente relacionado à morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi-bumbá, cujo corpo foi encontrado em condições suspeitas.

Liberdade provisória e novos crimes

Atualmente, Verônica está em liberdade provisória, uma medida autorizada há cerca de vinte dias pelo juiz Celso de Paula. O magistrado havia decidido que outras medidas cautelares, como o monitoramento e restrições de contato com testemunhas, seriam suficientes para impedir que ela cometesse novos crimes.

No entanto, o delegado Cícero Túlio ressaltou que, desde a liberação, Verônica não respeitou as determinações judiciais. Em uma nova representação entregue nesta sexta-feira (4), o Ministério Público do Amazonas reconheceu a prática de novos crimes por parte de Verônica, mas sustentou que não houve descumprimento formal das medidas cautelares. O MP recomendou a proibição de contato com as vítimas e de manifestação nas redes sociais, ao invés de solicitar o retorno à prisão.

Internautas que acompanham o caso compararam a situação ao da influenciadora Deolane Bezerra, que também utilizou suas redes sociais para debochar da Justiça após ser libertada de um processo de prisão preventiva. O episódio de Verônica Seixas e suas atitudes após a liberdade provisória geraram críticas sobre a efetividade das medidas cautelares, especialmente em casos de grande repercussão e gravidade, como este.

Agora, o caso segue para análise do juiz da 3ª Vara de Execuções Criminais (Vecute), que decidirá sobre o futuro de Verônica Seixas. Caso o pedido de prisão preventiva seja aceito, ela pode ser novamente detida para evitar novas infrações e garantir a integridade das testemunhas envolvidas no processo. A decisão judicial será crucial para os próximos passos da investigação, que envolve tanto o tráfico de drogas quanto a prática de violência física e psicológica contra vítimas e testemunhas.