Manaus, 3 de dezembro de 2024

O ex-prefeito Adail Pinheiro (Republicanos) foi eleito novamente para comandar a Prefeitura de Coari, em pleito realizado neste domingo (6). Com 50,77% dos votos, Pinheiro conquistou 19.282 mil votos, derrotando seu principal adversário, Harben Avelar (PMB), que obteve 48,13%, o equivalente a 18.279 votos.

Adail Pinheiro, que já governou Coari em três mandatos anteriores – de 2001 a 2004, 2005 a 2008 e em 2014 – retorna ao cargo em meio a um contexto marcado por controvérsias. Ele é pai de dois políticos em ascensão no Amazonas: Adail Filho, deputado federal, e Mayara Pinheiro, deputada estadual, o que evidencia a força de sua família na política local.

Um ponto que chamou atenção nesta eleição foi a declaração de Adail de que não possui nenhum bem material. Essa alegação surpreendeu eleitores e críticos, especialmente considerando seu passado marcado por riqueza e poder político acumulado ao longo de sua carreira. A declaração contrasta com o estilo de vida que Adail ostentava em seus mandatos anteriores.

Adail Pinheiro também carrega um histórico judicial significativo. Ele foi condenado duas vezes por graves crimes. A primeira condenação, que envolveu a exploração sexual de crianças e adolescentes, resultou em uma sentença de 11 anos e 10 meses de prisão. No entanto, essa pena não foi cumprida, levantando questionamentos sobre o sistema judicial.

Além disso, Adail foi condenado a 57 anos e 5 meses de prisão em decorrência da Operação Vorax, realizada em 2008. A operação investigou um esquema de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos da Prefeitura de Coari, crimes que mancharam sua trajetória política e geraram grande repercussão.

Apesar desse passado polêmico, o político conseguiu retomar sua carreira eleitoral com sucesso. Sua vitória, por uma margem apertada, demonstra que ele ainda possui apoio significativo na cidade, apesar das controvérsias.

Com a nova eleição, a população de Coari aguarda para ver se Adail Pinheiro conseguirá administrar o município sem os problemas que marcaram seus mandatos anteriores e com as promessas de uma gestão voltada para o desenvolvimento da cidade.

A oficialização da candidatura ocorreu no dia 5 de agosto, mas o processo foi marcado por impugnações e tentativas de barrar a participação do ex-prefeito nas eleições de 2024. O Ministério Público Eleitoral (MPE) foi o principal opositor à candidatura de Adail, argumentando que ele ainda estaria inelegível até dezembro deste ano, devido a penas anteriores relacionadas a crimes de exploração sexual e desvios de recursos públicos.