Manaus, 3 de dezembro de 2024

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que deveria ser um momento de celebração e união, acabou gerando polêmica e repúdio. A apresentação, que incluiu artistas, dançarinos e drag queens, foi criticada após parodiar a famosa obra “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci. A Igreja Católica da França foi uma das vozes mais críticas, afirmando que a cerimônia “incluiu cenas de zombaria ao Cristianismo”.

Durante uma entrevista coletiva realizada nessa domingo (28/7), a porta-voz dos Jogos de Paris, Anne Descamps, abordou a questão. “Nunca tivemos a intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso. Pelo contrário, acho que tentamos celebrar a comunidade, a tolerância. Acreditamos que essa intenção foi alcançada. Se alguém se sentiu ofendido, é claro que lamentamos muito”, declarou Descamps, expressando um pedido de desculpas oficial em nome da organização.

A cena controversa foi parte de uma sequência elaborada pelo diretor da cerimônia de abertura, Thomas Jolly. Em uma entrevista anterior, Jolly afirmou que “A Última Ceia” não foi a inspiração para a construção da cena. “Dionísio vem à mesa porque ele é o deus grego da celebração e essa sequência é chamada de ‘festival’”, explicou ele, tentando dissipar as alegações de desrespeito religioso.

Jolly detalhou que a intenção era celebrar Dionísio, o deus grego do vinho e da festa, que também tem uma conexão simbólica com a cultura francesa e a deusa Sequana, ligada ao rio Sena. “A ideia era criar uma grande festa pagã ligada ao deus do Olimpo, e vocês nunca encontrarão em mim, nem no meu trabalho, qualquer desejo de zombar de alguém”, disse ele, reforçando que não havia qualquer intenção de ofensa.

A reação da Igreja Católica da França não foi isolada. Diversos grupos religiosos e conservadores expressaram seu descontentamento, argumentando que a apresentação foi desrespeitosa e insensível. O debate ganhou as redes sociais, onde opiniões se dividiram entre aqueles que viram a cena como uma celebração inclusiva e aqueles que a consideraram uma provocação desnecessária.