O Brasil, representado pelo presidente Lula (PT), optou por se abster em uma votação crucial na Organização dos Estados Americanos (OEA), que pedia maior transparência nos resultados das eleições na Venezuela ocorridas no último domingo (28). A votação, realizada nesta quarta-feira (31/7), visava aumentar a pressão internacional sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro que é acusado de fraudar o pleito. A reunião extraordinária, composta por 34 nações, terminou com 17 votos favoráveis, um a menos do necessário para a aprovação, além de 11 abstenções e cinco ausências.
Para que a medida fosse aprovada, eram necessários 18 votos favoráveis entre os 34 países membros da OEA. A proposta foi liderada por Estados Unidos, Uruguai, Paraguai e Argentina. Além do Brasil, a Colômbia também se absteve de votar. O México, que reconheceu a vitória de Maduro, estava ausente na sessão. No total, apenas 17 países votaram a favor da resolução, resultando em sua rejeição.
A medida apresentada incluía pedidos para que o governo de Maduro divulgasse os resultados completos das eleições realizadas no último domingo (28) e permitisse que observadores independentes verificassem os dados do pleito. A resolução também exigia respeito aos direitos humanos e ao direito de manifestação na Venezuela.
A abstenção do Brasil e a ausência do México geraram críticas, uma vez que ambos os países têm peso significativo na política regional. A falta de consenso refletiu as divisões internas na OEA quanto à abordagem correta para lidar com a crise política venezuelana.
Um dia antes da votação, a OEA já havia rejeitado os resultados eleitorais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, alegando que os números apresentados não eram dignos de confiança ou “reconhecimento democrático”. Este posicionamento reforçou as preocupações sobre a transparência e a legitimidade do processo eleitoral venezuelano.
A decisão do Brasil de se abster ressalta o apoio do presidente Lula a ditadura de Maduro no país vizinho.