O Brasil está vivendo a maior seca de sua história recente, superando a estiagem de 2015, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). A seca deste ano é a mais extensa e severa já observada, afetando quase todo o território nacional, com exceção do Rio Grande do Sul. O cenário é alarmante, e a previsão é de que a estação seca continue até novembro, podendo piorar.
No Amazonas, a situação é crítica, com destaque para o impacto nas comunidades ribeirinhas e na navegação. Casas flutuantes ficaram encalhadas no leito do Igarapé do Xidamirim, cuja água baixou drasticamente. O rio Solimões, um dos principais da bacia amazônica, está enfrentando níveis historicamente baixos, o que acende o alerta para uma crise ainda mais severa que a do ano passado.
A seca também está afetando a geração de energia elétrica no país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou a ativação de termelétricas para atender à demanda, dada a baixa nos níveis dos rios que abastecem as hidrelétricas. “A maior parte das bacias está abaixo da média, com exceção do Sul”, afirmou Adriana Cuertas, hidróloga e pesquisadora, destacando a gravidade da situação no Norte, onde a seca é severa e afeta o abastecimento de água e energia.
Especialistas atribuem a intensificação da seca a uma combinação de fenômenos climáticos, incluindo o El Niño e bloqueios atmosféricos. Embora haja expectativas para a chegada do fenômeno La Niña, que poderia trazer alguma melhoria, a previsão é de que sua influência será limitada e não suficiente para reverter a crise de forma significativa. “Estamos vendo uma seca multifatorial que agravou a situação”, explicou Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden, ao G1.