Manaus, 21 de outubro de 2024

Vídeos perturbadores circulam nas redes sociais, mostrando a brutalidade de policiais militares que agrediram um cadeirante durante uma abordagem na manhã de terça-feira (2/3) em Piracicaba, interior de São Paulo. A vítima, identificada como Antônio Marcos, 46 anos, estava em sua residência, no bairro Cantagalo, quando seu filho entrou seguido por agentes da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam). Na tentativa de proteger o rapaz, de 21 anos, o pai acabou sendo agredido pelos policiais.

De acordo com a filha de Antônio Marcos, Priscila Padilha, a abordagem começou quando seu irmão, cujo nome não foi revelado, estava na garupa da moto de um amigo na vizinhança. Os dois foram parados pela Rocam sob suspeita de violação no lacre do veículo. Os agentes levaram o motorista para um local afastado, levantando suspeitas no filho de Antônio Marcos, que os seguiu.

Segundo relatos, os policiais pediram para que o jovem se afastasse, e quando ele caminhou até a porta de casa, foi atingido por um disparo de taser e uma cacetada. As imagens mostram o rapaz se abrigando atrás de seu pai, momento em que os policiais partem para cima do cadeirante.

Priscila relatou que seu irmão foi atingido por quatro disparos de taser e precisou ser levado ao pronto-socorro do Hospital Vila Cristina, antes de ser conduzido à delegacia.

Antônio Marcos, que perdeu uma perna para a diabetes há três anos e enfrenta depressão, expressou sua frustração por não poder defender seu filho: “Um dia eu fui homem e tive as duas pernas para me defender e defender a minha família. Hoje, eles invadiram a minha casa, me humilharam, me agrediram e agrediram o meu filho e eu não pude fazer nada.”

O caso gerou repercussão nas redes sociais, levando à abertura de um Inquérito Policial Militar contra os agentes envolvidos. A deputada Paula Nunes (PSol) acionou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) para requerer uma manifestação administrativa da PM. Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a conduta dos policiais não condiz com os protocolos operacionais da PM, e os agentes foram afastados de suas atividades operacionais.