Manaus, 22 de outubro de 2024

Sob presidência rotativa do Brasil, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne, nesta sexta-feira (13/10), para tratar da situação humanitária na Faixa de Gaza, epicentro do conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas.

Convocado pela diplomacia brasileira, o encontro ocorre às 10h no horário local (11h em Brasília), na sede da ONU, em Nova York (EUA). O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, será responsável por conduzir a reunião.

Na pauta, constam as questões humanitárias na região da Faixa de Gaza, local sob bloqueio total imposto pelo governo de Benjamin Netanyahu, bem como as ameaças à segurança e à paz mundial e os desdobramentos do conflito no Oriente Médio.

O chanceler brasileiro deve apresentar, na reunião, uma proposta de corredor humanitário na zona de conflito. A ideia é permitir a saída de civis – sobretudo, mulheres, idosos e crianças. Esses cidadãos residentes em Gaza convivem com a falta de energia elétrica e a interrupção do abastecimento de água, alimentos e medicamentos, impostas por Israel até que o grupo extremista liberte os reféns.

Também é possível que os países-membros discutam rever a classificação do grupo fundamentalista palestino como uma organização terrorista. Até o momento, a ONU não classifica o Hamas dessa forma.

Repatriação de brasileiros

Desde o início dos conflitos, na última semana, o Itamaraty trabalha para retirar cerca de 20 brasileiros presos na região controlada pelo Hamas. Na tarde dessa quinta-feira (12/10), o governo federal enviou uma aeronave presidencial que aguardará autorização para pousar em Cairo, no Egito, e retirar cidadãos que pediram ajuda para sair de Gaza.

As negociações são conduzidas pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia. A maior parte dos brasileiros presos no local está concentrada em uma escola. A embaixada brasileira em Tel Aviv solicitou formalmente ao governo israelense que não bombardeie o colégio.

A saída para o grupo de brasileiros, cuja maioria é mulher e criança, seria pela região sul de Gaza, onde fica a fronteira com o Egito.

O governo do país africano, no entanto, ainda não autorizou a passagem dos brasileiros por Rafah, e alega falta de estrutura migratória. O local também está sob constante bombardeio das tropas lideradas por Netanyahu.

Apelo por ajuda humanitária

Na quarta-feira (11/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à comunidade internacional, em defesa das crianças palestinas e israelenses. O titular do Planalto pediu cessar-fogo na região e libertação dos civis afetados pela guerra.

“Lancemos mão de todos os recursos para pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio. Crianças jamais poderiam ser feitas reféns, não importa em que lugar do mundo. É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias”, declarou o presidente.

Ele prosseguiu: “É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra”.

Conselho de Segurança da ONU
O Brasil assumiu a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em outubro. O país ocupa uma das 10 vagas da entidade para membros não permanentes, em um mandato que segue até o fim deste ano.

Atualmente, a instância é formada por cinco membros permanentes – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia –, com poder de voto e veto; e um grupo de 10 membros não permanentes, com mandatos de dois anos. Na gestão atual, que termina em 2023, integram a entidade: Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.

O conselho, ao menos em termos oficiais, pode lutar por medidas e ações que visem à segurança internacional e à promoção da paz. Por isso, tem o poder de mediar conflitos e aprovar resoluções que devem ser seguidas por todos os países-membros da ONU.

Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução