Manaus, 10 de dezembro de 2024

No último domingo (8), um surpreendente episódio envolvendo garimpeiros ilegais no Amazonas chocou autoridades e ambientalistas. Após uma operação em Manaus, onde a Polícia Federal destruiu nove dragas, um comboio de dragas do garimpo ilegal foi avistado em Parintins, no interior do Amazonas. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os garimpeiros, desesperados para escapar da fiscalização, tentaram esconder as estruturas em um braço do Rio Amazonas, em frente à ilha.

As dragas ficaram camufladas no Paraná do Espírito Santo, um canal estrategicamente localizado em frente a Parintins. Uma porção de terra entre a cidade e o paraná ocultou as dragas do olhar atento do porto do município.

No entanto, fotos tiradas de perto do canal revelam um comboio com pelo menos seis dragas acopladas, seguindo rio abaixo em direção ao Estado do Pará.

Joel Araújo, superintendente do Ibama no Amazonas, explicou que os garimpeiros fugiram de uma operação anterior em Manaus. “Essas balsas saíram do Estado do Amazonas fugindo da atuação dos órgãos ambientais”, afirmou.

A situação se agravou na última quinta-feira (5), quando uma operação da Polícia Federal (PF) destruiu pelo menos nove dragas usadas no garimpo ilegal de ouro no Amazonas, em frente a Manaus.

Os garimpeiros já haviam evitado uma operação no Rio Japurá e transferido suas embarcações para o Rio Negro, próximo à Ponte Jornalista Phelippe Daou, também conhecida como Ponte Rio Negro, na Região Metropolitana de Manaus. No entanto, o Ibama e a PF os localizaram e destruíram as dragas no local.

Apenas em 2023, os órgãos de fiscalização já eliminaram 480 dragas e balsas ligadas ao garimpo ilegal no estado. O superintendente do Ibama enfatizou: “O garimpo tem causado sérios danos ao povo do Amazonas. Nossa atuação tem sido implacável contra essa prática ilegal”.

As dragas, montadas em estruturas de madeira e funcionando como embarcações, possibilitam a navegação pelos rios da Amazônia. Garimpeiros ilegais utilizam essas estruturas para escavar o leito dos rios em busca de ouro e outros minérios. No Amazonas, essa atividade de dragagem é considerada ilegal, e agentes do Ibama, PF e Forças Armadas trabalham em conjunto com outras instituições para localizar e destruir essas estruturas.