Manaus, 21 de novembro de 2024

Dois helicópteros das polícias Civil e Militar foram alvo de disparos de tiros durante uma operação conjunta na manhã desta segunda-feira, resultando em um pouso de emergência no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação envolveu mil agentes e tinha como objetivo o cumprimento de cem mandados de prisão contra membros da maior facção criminosa do estado.

Durante uma coletiva de imprensa, o secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, explicou que o pouso fazia parte do protocolo de avaliação de danos causados às aeronaves e afirmou que a tripulação era altamente técnica, seguindo estritamente as diretrizes estabelecidas.

Um policial civil ficou ferido no ataque, atingido por estilhaços, mas não corre risco de vida. O confronto ocorreu na Vila Cruzeiro, caracterizada pelo secretário da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires, como uma área com “poder bélico muito grande” nas mãos de traficantes.

Este incidente não é um caso isolado, pois, em apenas uma semana, dois helicópteros das polícias Militar e Civil já foram alvo de tiros. Isso destaca os desafios que as forças de segurança enfrentam diante do crescente poder bélico de traficantes e milicianos. Como medida preventiva, ambas as polícias estaduais planejam gastar R$ 24 milhões este ano em seguros para suas sete aeronaves blindadas. Esses contratos incluem cláusulas de guerra, que são mais comuns em países em conflito, como a Rússia e a Ucrânia.

A apólice com cláusula de guerra cobre não apenas reparos constantes, incluindo a reposição de peças danificadas por tiros, mas também acidentes decorrentes de operações policiais. Isso se deve ao aumento da presença de armas de grosso calibre nos arsenais do crime organizado, o que torna essa precaução essencial.

O valor gasto com o seguro é quase equivalente ao investimento em novos veículos blindados nos últimos dois anos. O governador Cláudio Castro enfatizou a importância desses veículos para o transporte seguro dos policiais.

A operação que resultou no ataque aos helicópteros envolveu mil agentes das polícias Militar e Civil, que atuaram simultaneamente em três comunidades do Rio de Janeiro: o Complexo da Maré e Vila Cruzeiro, na Zona Norte, e Cidade de Deus, na Zona Oeste. Essas áreas são controladas pela mesma facção criminosa responsável pelas mortes de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca na semana anterior.

O secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, enfatizou que “ninguém ficará impune” e que a operação foi ampliada devido à migração da organização criminosa para outras comunidades. Ele afirmou que não há predileção por nenhum alvo e que todos seriam atacados da mesma forma e com a mesma intensidade.

Na operação, os agentes utilizaram uma quantidade significativa de tecnologia, incluindo drones para mapear as regiões onde atuavam. O governador Claudio Castro investiu pesadamente em tecnologia, incluindo drones e câmeras de reconhecimento facial, como parte dos esforços para combater o crime no estado.

O secretário da PM, Luiz Henrique Marinho Pires, destacou que todos os agentes que participaram da operação utilizaram câmeras corporais para documentar as ações durante a operação.