Manaus, 22 de outubro de 2024

Na quinta-feira, o dólar manteve-se praticamente estável em relação ao real, em consonância com a melhora do sentimento global após recentes turbulências, enquanto questões fiscais locais permanecem no radar. Por volta das 10h40, a moeda norte-americana registrava leve alta de 0,03%, cotada a R$ 5,2438, enquanto o Ibovespa apresentava um aumento de 0,23%, atingindo 124.458 pontos.

A sessão anterior viu o dólar fechar a R$ 5,2445 na venda, marcando uma queda de 0,46% e interrompendo uma série de cinco dias consecutivos de valorização. Esse movimento ascendente foi alimentado principalmente pela especulação sobre as futuras ações do Federal Reserve em relação às taxas de juros.

Economistas da Genial Investimentos destacaram “sinais de possível estabilização dos mercados após a turbulência no início da semana”, observando a alta dos futuros acionários de Wall Street e a moderação do índice do dólar, embora a moeda norte-americana ainda esteja próxima de picos recentes.

Dados divulgados nesta quinta-feira mostram que o número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos permaneceu estável na semana passada, indicando uma força contínua no mercado de trabalho. No entanto, alguns observadores acreditam que esses dados têm pouco impacto no sentimento do mercado, pois a resiliência da economia norte-americana e a provável manutenção de taxas de juros elevadas já foram amplamente precificadas.

Além disso, a ausência, até o momento, de uma retaliação direta de Israel contra o Irã após os ataques do último final de semana contribui para uma atmosfera de estabilidade global, evitando uma escalada no conflito do Oriente Médio.

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, expressou a expectativa de que, a médio prazo, fatores como a resolução das tensões no Oriente Médio e uma maior clareza na economia dos EUA possam reduzir a pressão sobre o dólar. No entanto, ele alertou para os riscos para a economia brasileira, especialmente em relação à inflação e à política monetária.

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sugeriu que a incerteza elevada pode levar a um ritmo mais lento de afrouxamento monetário, citando preocupações tanto globais quanto domésticas. O mercado reagiu negativamente ao anúncio do governo de metas fiscais menos ambiciosas, que se somaram aos fatores externos para enfraquecer o real.