Manaus, 14 de novembro de 2024

A dor muscular é um dos sintomas comuns da menopausa, o que explica por que as mulheres com mais de 50 anos sentem mais dor do que os homens nesta mesma faixa etária. Além disso, a função e a massa muscular também podem ser afetadas pelo climatério. Agora, um novo estudo mostra que a menopausa precoce, principalmente induzida por cirurgia (como a retirada dos ovários) pode aumentar ainda mais os riscos de distúrbios musculares.

O estudo foi publicado no dia 1º de maio, na revista científica Menopause, da Menopause Society. Os pesquisadores decidiram avaliar o efeito de diferentes tipos de menopausa no desconforto e na função muscular em mulheres na pós-menopausa. O trabalho incluiu quase 650 mulheres no total.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que sofreram menopausa cirúrgica prematura tinham maior probabilidade de desenvolver desconforto músculoesquelético e sarcopenia (perda de massa muscular) do que aquelas que passaram por menopausa natural aos 45 anos ou mais de idade.

A menopausa precoce é aquela que acontece antes dos 40 anos de idade. Essa condição pode ocorrer por diferentes fatores, como câncer de mama, câncer de ovário, câncer de endométrio e outros cânceres que levam à falência ovariana, de acordo com Maria dos Anjos Neves Sampaio Chaves, ginecologista do Delboni.

A menopausa precoce cirúrgica é aquela que ocorre em decorrência da remoção dos ovários por cirurgia. O procedimento impede que a menstruação ocorra e, consequentemente, leva à menopausa.

De acordo com os pesquisadores, a dor e a redução da massa muscular em mulheres na pós-menopausa pode estar mais relacionado à deficiência hormonal do que à idade.

“Esse estudo destaca os potenciais efeitos músculoesqueléticos a longo prazo da menopausa cirúrgica prematura, que provoca uma perda mais abrupta e completa de hormônios ováricos, incluindo estrogénio e testosterona, do que a menopausa natural. O uso da terapia hormonal até a idade natural da menopausa tem o potencial de mitigar alguns dos efeitos adversos a longo prazo da perda precoce de estrogênio”, diz Stephanie Faubion, diretora médica da Menopause Society.

Fonte e Foto: CNN Brasil