O corpo do psicólogo Silvestre Falcão Santana foi encontrado em avançado estado de decomposição em sua residência em Guarapari, no Espírito Santo. De acordo com informações da Polícia Civil, o profissional foi assassinado por um antigo paciente, que, após o crime, roubou pertences pessoais da vítima. O suspeito, de 21 anos, foi preso na última segunda-feira (14/10) enquanto dirigia o carro do psicólogo e estava acompanhado de sua namorada e da família dela.
A polícia revelou que o jovem confessou o assassinato, além de ter roubado cartões de crédito, um cordão de ouro e uma quantia de R$ 1.417. A delegada responsável pelo caso, Rosane Cysneiros, afirmou que o suspeito mantinha uma relação próxima com a vítima desde a infância, o que tornava o crime ainda mais chocante para os investigadores e familiares de Silvestre.
Silvestre Falcão era conhecido por seu trabalho com pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente aqueles em tratamento contra a dependência química. O psicólogo também administrava uma comunidade terapêutica na cidade de Serra, onde o suspeito havia sido internado por cerca de seis meses. A relação de longa data entre os dois começou na adolescência do jovem, que passou por diversas internações, prisões e tratamentos devido ao envolvimento com drogas.
Segundo a delegada Rosane Cysneiros, o psicólogo confiava plenamente no rapaz, o que permitia que ele tivesse acesso a sua residência e outros espaços pessoais. A relação de proximidade entre os dois, construída ao longo dos anos, tornou a motivação para o crime ainda mais complexa e perturbadora.
“O investigado era uma pessoa da total confiança da vítima. Ele foi bastante detalhista e frio ao descrever o crime, sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento ou consideração pelo auxílio que Silvestre havia prestado a ele durante todos esses anos”, relatou a delegada. A polícia revelou que o psicólogo foi agredido fisicamente e, posteriormente, esfaqueado pelo agressor.
Após assassinar Silvestre, o jovem deixou o local com diversos pertences do psicólogo, incluindo seu carro, cartões de crédito e dinheiro em espécie. Com os cartões, o suspeito realizou diversas compras e movimentações financeiras nos dias seguintes ao crime.
A prisão aconteceu quando a polícia rastreou os movimentos do suspeito e identificou seu paradeiro com a ajuda das câmeras de segurança da cidade. Ele foi localizado na companhia de sua namorada e familiares, dirigindo o carro da vítima. Após a prisão, o jovem admitiu ter cometido o crime, relatando detalhes sobre a ação e o roubo subsequente.
A delegada Rosane Cysneiros também destacou que o jovem tinha um histórico de envolvimento com o crime e a dependência química. Além de ter sido internado por seis meses na comunidade terapêutica administrada por Silvestre, o suspeito já havia passado por diversas apreensões e internações durante a adolescência, além de prisões recentes. A relação de longa data com a vítima e os anos de tratamento na instituição geraram perplexidade entre os investigadores, dada a confiança que o psicólogo depositava nele.
O comportamento frio e calculista do suspeito, sem qualquer remorso aparente, foi um dos pontos que mais chamou a atenção dos agentes envolvidos no caso. “Ele não demonstrou nenhum sentimento de valor a todo o auxílio que a vítima prestou ao longo da sua vida, mesmo conhecendo Silvestre há muitos anos e sabendo de sua dedicação”, comentou a delegada.
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