Manaus, 21 de novembro de 2024

Encerrando a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas em Manaus”, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), promoveu, na quarta-feira, 6/12, a última exibição da peça “Eu Conto”, no teatro Gebes Medeiros, no centro histórico da cidade.

O espetáculo teatral acompanha seis personagens interpretadas pela atriz Isabela Catão, e retrata a realidade de muitas meninas e mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social. De acordo com dados coletados pelo UNFPA, a sensibilização alcançou mais de 600 pessoas, de adolescentes a idosos, ao longo dos últimos 21 dias.

“Trabalhamos cotidianamente na periferia da cidade, multiplicando informações e pedindo que as mulheres denunciem. A importância da articulação com o UNFPA mostrou que é possível fazer educação através da arte, e garantiu para nós que as mulheres que sofrem violência possam ter atividades onde consigam recorrer para ajuda, tanto no campo da prevenção, quanto no trabalho especializado na resolutividade da polícia, justiça e do atendimento psicossocial. Finalizamos a campanha, mas continuamos o trabalho o ano inteiro”, destacou a subsecretária da Semasc e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), Graça Prola.

De acordo com a chefe do escritório do UNFPA em Manaus, Débora Rodrigues, a parceria com a prefeitura foi fundamental para o acesso aos serviços socioassistenciais oferecidos pelo município onde a peça foi encenada, assim tornando possível o acesso a população para sensibilizar e falar sobre o tema da violência, que é tão importante para a proteção de mulheres e meninas.

“Conversamos com populações refugiadas e imigrantes, com mulheres, meninas adolescentes e pessoas idosas. Isso garante que a informação chegue a todas as pessoas e que a gente engaje diferentes públicos em situação de vulnerabilidade social pela violência. Essa foi uma parceria de sucesso”, afirmou Débora.

Sobre a peça “Eu conto”  

O espetáculo retrata, em formato de monólogo, histórias de mulheres amazônidas e, a partir da criação de vínculos diretos e sensíveis com o público, fomenta reflexões sobre práticas e comportamentos que geram violência contra mulheres e meninas, e sobre como enfrentá-los.   

Em cena, a atriz traz fragmentos das histórias de seis personagens que se manifestam no sonho de uma mulher. Por meio das visitas geradas pelo seu inconsciente, ela se questiona sobre a sua realidade e a relação com as suas vivências.  

“Acho importante que concluímos esse projeto, pois, tivemos pouco tempo para falar sobre coisas tão profundas, quando vemos o público tendo acesso às informações é uma sensação de dever cumprido. O primeiro impacto é a força da dramaturgia, em cada espaço em que fomos alguém se identificava com alguma história, isso é genuíno”, ressaltou Isabela.

A artista plástica Keila Anjos, de 24 anos, que compôs a plateia nessa última exibição do espetáculo teatral, destacou a importância do uso da arte para expressar e denunciar o que tantas mulheres passam.

“O evento foi maravilhoso, contou um pouco sobre a trajetória das mulheres e coisas comportamentais sobre o reflexo masculino e a opressão dentro da sociedade feminina. A atuação da personagem foi incrível e, como público, pude sentir todas as emoções”, afirmou Keila.

Sobre a campanha

A campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas” acontece mundialmente desde 1991, entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro, datas que marcam o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher e a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, respectivamente. Teve início com 23 mulheres ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres.

Neste ano, a campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil tem como tema “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas”, com o objetivo de mobilizar parcerias para investir em prevenção para erradicar a violência contra mulheres e meninas.

Texto – Maria Fernanda Rodrigues / Semasc