Manaus, 23 de novembro de 2024

Neste último final de semana, o Porto de Manaus informou que houve um aumento de 17 centímetros no nível do Rio Negro. Nesta segunda-feira (30/10), o nível atingiu a marca de 12,87 metros, marcando assim a pior seca registrada em mais de um século de medições no Amazonas.

Nos últimos dias, especificamente na quinta e sexta-feira, 26 e 27, o nível do rio se estabilizou em 12,70 metros. Desde julho deste ano, o Rio Negro já perdeu um total de 15,32 metros até o dia 27 de outubro. Anteriormente, o recorde de seca era de 2010, quando o nível chegou a 13,63 metros.

De acordo com a Gerência de Encaminhamento e Acompanhamento (GEA) da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil Municipal (Sepdec), a expectativa era de que o volume dos rios continuasse diminuindo até o final deste mês.

Um boletim do Sistema Geológico do Brasil explica que o rio Negro em Manaus geralmente mantém um padrão estável, com a cota máxima ocorrendo em junho na maioria dos anos (76%), e em julho em uma parcela menor (18%).

 A partir desse ponto, o rio Negro normalmente inicia sua fase de vazante, culminando em sua cota mínima. Quanto ao término da vazante, não há um período fixo, podendo ocorrer entre outubro e janeiro do ano seguinte.

Veja números das maiores secas do Rio Negro:

  1. 12,70m (2023) – 27 de outubro;
  2. 13,63m (2010);
  3. 13,64m (1963);
  4. 14,20m (1906);
  5. 14,34m (1997);
  6. 14,42m (1916);
  7. 14,54m (1926);
  8. 14,74m (1958);
  9. 14,75m (2005);
  10. 14,97m (1936);
  11. 15,03m (1998);
  12. 15,04m (1909);
  13. 15,06m (1995);
  14. 15,39m (1907).

Seca no AM

A estiagem severa afeta mais de 618 mil pessoas, distribuídas nas mais de 152 mil famílias que sofrem com os efeitos da seca dos rios no Amazonas.

Dos 62 municípios do estado, 60 estão em estado de emergência devido à seca.