Manaus, 8 de outubro de 2025

A crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela ganhou novos capítulos nesta segunda-feira (15), após o presidente americano Donald Trump anunciar que a Marinha dos EUA realizou um novo ataque contra uma embarcação no Caribe, resultando na morte de três pessoas, classificadas por ele como “narcoterroristas venezuelanos”. Poucas horas antes, o ditador venezuelano Nicolás Maduro havia declarado que Caracas “se defenderá de qualquer agressão militar”.

O comunicado de Trump foi publicado em sua rede social, Truth Social. O republicano afirmou que a operação visava combater cartéis de drogas que, segundo ele, ameaçam diretamente a segurança nacional americana.

— Esta manhã, sob minhas ordens, as Forças Militares dos Estados Unidos realizaram um segundo ataque contra cartéis de narcotráfico e narcoterroristas extraordinariamente violentos. O ataque ocorreu enquanto esses narcoterroristas confirmados da Venezuela estavam em águas internacionais transportando narcóticos ilegais — uma arma mortal que envenena os americanos! — escreveu Trump.

Segundo ataque em menos de duas semanas

Este é o segundo ataque realizado pelos Estados Unidos na região em menos de 15 dias. No dia 3 de setembro, uma operação semelhante resultou na morte de 11 pessoas em uma embarcação também acusada de transportar drogas. O episódio gerou forte repercussão internacional e levantou questionamentos sobre possíveis violações do direito internacional marítimo por parte de Washington.

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Críticos da política externa americana argumentam que, ao atacar barcos em águas internacionais sem coordenação com organismos multilaterais, os Estados Unidos podem estar ultrapassando limites jurídicos. Já apoiadores da medida sustentam que os ataques reforçam o combate ao tráfico de drogas e protegem diretamente a população americana.

Maduro reage e promete defesa

Logo após a divulgação da operação, Nicolás Maduro reforçou o discurso de que os Estados Unidos estariam promovendo uma “agressão militar” contra a Venezuela.

— Há uma agressão em andamento, de caráter militar, e a Venezuela está autorizada pelas leis internacionais a enfrentá-la — declarou o presidente venezuelano em pronunciamento televisionado.

Em entrevista coletiva à imprensa internacional, Maduro afirmou ainda que “as comunicações com o governo dos Estados Unidos estão desfeitas” e acusou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, de ser o “senhor da morte e da guerra”.

Escalada da tensão no Caribe

As declarações aumentam o clima de instabilidade na região do Caribe, onde embarcações de guerra americanas têm intensificado patrulhas próximas ao território venezuelano. Analistas de política internacional destacam que a disputa envolve não apenas a questão do narcotráfico, mas também tensões políticas mais amplas, uma vez que Maduro busca apoio internacional para enfrentar as medidas unilaterais dos EUA.

O novo ataque reacende temores de que a situação possa escalar para confrontos militares diretos entre os dois países. Até o momento, organismos multilaterais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU não se pronunciaram oficialmente sobre os episódios recentes, mas diplomatas avaliam que pressões devem aumentar nos próximos dias.

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